Meu cabeleireiro virou taxista


Eu assistia a vários programas de TV. Desde desenhos animados, até telejornais e seriados policiais.
Hoje nem ligo a TV.

Eu jogava todos os jogos no PC, antes mesmo de lançarem no mercado. E finalizava todos!
Hoje nem meu Nintendinho DS anda comigo pra não mofar na gaveta.

Eu lia todos os principais sites de notícia e vídeos legais no youtube.
Hoje eu ligo o PC e abro meu outlook antes de qualquer coisa.

Eu jogava basquete, andava de skate, tinha um time de futebol e participava de um grupo praticantes de Le Parkour.
Hoje nem corro atrás de ônibus porque... "prefiro evitar a fadiga".

Eu via o dia passar lentamente.
Hoje eu considero uma semana como um dia.

Eu rezava para que algo acontecesse, ou algo surgisse para eu sair da rotina.
Hoje eu dependo de um celular para me avisar do que preciso fazer no dia, senão me perco.

É reconfortante perceber o grau onde cheguei, porém, é preocupante ver o quão rápido tudo isso se tornou. Eu não lembro do passado. Se não fosse esse blog (que nem tenho tempo de ler/postar), eu teria perdido muita coisa do que vivi. Falando em viver... agora vivo com pressa. Meus trabalhos, meus projetos... a impressão que tenho é de carregar algo pesado e subindo a ladeira.

Cheguei ao estágio de não saber o que é um fim de semana. Até porque, já acordei várias vezes num sabado pela manhã, achando que eu estaria atrasado para o trabalho. Isso seria de menos, caso eu não ficasse realmente acordado e trabalhasse, como faço.

"Tamo junto e misturado." É exatamente o que sinto com meus compromissos.

A questão principal: como aconteceu?

Comecei a ter idéias. E coloquei-as em prática. Aí consequentemente veio a responsabilidade.

Com 27 anos, tenho acenado pra pessoas na rua que nem lembro quem são, tenho contatos políticos e contatos da escola primária, tenho PCs para manutenção, tenho relatórios do governo para fazer, tenho fotos para tirar, tenho matérias para postar e tenho projetos para apresentar.

Não consigo nem tempo para ir a faculdade!

Parece brincadeira, mas de fato, os dias ficaram curtos. As pessoas andam depressa e eu almoço com o telefone ao lado do prato.

E faltam 8 anos...

PS: Depois de muito tempo, procurei meu cabeleireiro oficial em Copacabana dias atrás. Ele virou taxista.

3 Comments:

Bernardo Cahuê said...

Ou seja, ta na hora de mudar o estilo do corte... kkkkkkk

ALEX CRUZ said...

huufaaa!!

Gabriel said...

Cansei só de ler. Que vida corrida rapaz !

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