Odeio disputas... Nunca sei se vou ganhar.

Surgiu muito por acaso. Estava na casa do Marco e estávamos despedaçando um monitor. Tiramos tudo pra jogar fora, inclusive o tubo de imagem. Sobrou a caixa do monitor.

“Hum... e se colocarmos um PC dentro dele?”
“A placa-mãe vai ali...”

Começou...
Surgindo as idéias, fomos passando pro papel, consultar a agenda e horários, organizamos material e partimos pro start!
Acho que levou uma semana. E durou bastante. Na época eu trabalhava numa loja de fotografia e eu consegui um AMD K6 II 500mhz com meu chefe. Chegou a melhor hora! Enquanto eu trabalhava, Marco vinha aqui na minha casa e adiantava as coisas, eu chegava e terminava. Soldando, colando, encaixando, parafusando... Foi uma confusão organizada.

Gerúndio: Marco trabalhando... Minha mãe trabalhando...

Compramos pouca coisa. Tinta, dobradiças, parafusos, neon, lixa... O resto tirei do meu PC. Coitado, ficou sem os fans. Mas eu o estava montando também.
Já tínhamos o bastante para quase tudo! Acho que gastamos no máximo 50 reais, sem contar o neon.


Tinha dias que eram noites. Sem exagero. Eu não dormia. Trabalhava como um zumbi. Afinal, só tínhamos uma semana pra terminar tudo. Disposição? De sobra! Tempo? Quase nada.
Tudo que queríamos era apenas participar. Claro, não esperávamos nada. Sequer imaginávamos como seria o dia. Eu tinha feito o cadastro num site onde eu compro acessórios pro meu computador e só queríamos participar. Ter algo para mostrar e dizer que era nosso. Que nós fizemos. E isso dava ânimo, que era o combustível que precisávamos.

Instalado. Apenas alguns detalhes e pronto.

O dia chegando e o tempo resolveu passar mais rápido. Eu já saía do trabalho e não fazia mais nada além de vir pra casa e montar o Computamonitor. Sim, esse foi o nome que escolhemos para ele. Ridículo? A intenção era essa. Ainda mais depois que resolvi ver no site as edições passadas e o pessoal realmente sabe o que faz. Era impressionante! Acessórios que eu nunca tinha visto. Coisas feitas à mão, outros pré-fabricados... e todos, com muito detalhe e criatividade fizeram coisas de impressionar.

Computamonitor 80% pronto e minha cara de 2 horas de sono.

Vocês não vão acreditar!!! Nosso computamonitor tinha gravador de DVD, entrada USB, duas caixinhas de som acopladas, a parte da frente abria que nem porta, cabos pintados com cores florescentes e tudo isso, dentro de um monitor antigo. Eu nem acreditava nisso. Era como o programa dos caçadores de mito, um trabalho árduo, porém funcional. E deu certo como planejado. Tudo se encaixava, tudo se ajeitava... Era para dar certo mesmo. Lembra do botão na frente pra ligar o monitor? Ele ligava o PC. Acha isso pouco? Eu não acho.

O dia D. De detonar!

Marco saiu da minha casa na véspera do evento às quatro da manhã. O horário de chegada era as oito no hotel. Eu não dormi. Fiquei olhando pro computamonitor recém testado e imaginando como iríamos formatar o HD para instalar o bom e velho Windows 98.
E lá estávamos nós, no ponto de ônibus. Ele carregando o monitor e mochila e eu o computamonitor e minha mochila. Quer saber o por quê das mochilas né? Levamos peças de reposição, cola quente e super bonder. Sei lá, vai que alguma coisa cai.
Logo na entrada do hotel fiquei impressionado com o gabinete de uns caras que chegaram ao mesmo tempo em que a gente. Pensei que realmente a coisa era séria. Mas nada desanimador. Era o computamonitor no pedaço. Ninguém iria nos parar.
Chegamos onde seria a exposição. Colocamos nosso bichinho na mesa. Era engraçada a reação dos outros participantes. Houve gente que parou de jogar pra olhar o que era aquilo. Marco e eu ficamos bastante envergonhados, porém não paramos de montar nosso CPMTR (gostou? Inventei agora.) e mostrar que estávamos no jogo. Sim, impressionamos. E eu estava babando por um gabinete ao lado e queria muito perguntar o valor estimado. Acabei não perguntando.

Fome, cansaço e um HD de 40Gb sendo formatado. Enquanto o pessoal se divertia nós estávamos instalando o sistema operacional. Droga, os drivers estavam no meu pen drive. E o driver do meu pen drive estava no meu pen drive. Não entendeu? Ah, não vou explicar. Mas tive que me virar com um cara lá pra ele me ajudar a gravar um CD me salvar.

Contraste e cores.

Enfim, conseguimos ajeitar tudo. Todos os drivers instalados e pra incrementar, um emulador de Super Nintendo pra entreter a galera. O contraste era grande. Ao lado, Battlefield dois mil e sei o que lá, do outro NFS Carbon, e nós com Mario Kart e Captain Commando. Acho que é assim que a Nintendo se sente entre a Microsoft e a Sony.

Pra surpresa, os joguinhos fizeram sucesso. Tanto que os outros participantes ficaram jogando no nosso CPMTR. Engraçado e animador. Éramos a atração. Até para os outros participantes.

CPMTR mostrando sua força de processamento.

Presenças para o apoio moral.

Recebemos as visitas dos convidados e dos meus convidados. Agradeço aqui a todos que foram. Muito obrigado mesmo pela força.

E então a premiação.

Eu não estava nervoso. Até porque já estava me divertindo bastante e tudo deu certo. Marco entretendo os convidados e os dois joysticks não paravam na mesa. Mas o momento mais esperado por todos era, claro, a votação pelos melhores trabalhos.

Os juízes fizeram as seguintes categorias: Melhor gabinete, Gabinete Freestyle, Melhor pintura, Criatividade e um sorteio de um gabinete.
A votação era entre os participantes. E não pude deixar de votar no gabinete do Dark Slider. O cara virou meio ídolo desde quando vi a arte dele. Também pudera! Hardware top de linha, cores bem distribuídas e o water cooler de dar inveja. Não imagino uma pessoa como eu ter um “brinquedo” daquele.
Fomos chamados para a premiação. Nervosismo a mil! Pensei em toda a minha vida... eu brincando de bolinha de gude, jogando bola descalço... Bem, nem tanto. Só pensava mesmo no tempo que ficamos acordados para botar nossa criação neste mundo tecnológico. E pra minha surpresa, fui o primeiro a subir no “palanque” para receber o prêmio como melhor gabinete Freestyle! Todos aplaudindo e os organizadores do evento me dando parabéns. Tem idéia da cara de felicidade do diretor da Akasa me vendo receber os prêmios?! Poxa, nem consegui tomar o microfone pra dizer o nome do Marco, afinal, sem ele nada teria sido feito.
Quando eu já voltava para o pessoal e vendo o sorriso do Marco pelos nossos prêmios, eu fui chamado de novo, desta vez no quesito Criatividade. Mais aplausos, mais prêmios e eu não acreditava. Como pode um AMD K6 dentro de uma caixa de monitor fazer tanto sucesso? Eu procurava alguém... Alguém específico que estivesse de cara feia. Mas não tinha ninguém. Aparentemente todos concordavam com a premiação, com o júri e comigo. Como eu disse: os joysticks não paravam na mesa. Sempre tinha alguém querendo jogar. Parecia que estávamos divulgando um novo console pra competir com o Xbox ou Nintendo Wii.

Premiação feita, no final ainda teve um sorteio de brindes. Sim, ainda consegui ganhar esses brindes. Só não conseguimos ganhar o tal gabinete tão cobiçado da Akasa. Mas tudo bem, conquistamos tudo, inclusive os participantes.

A criação de Dark Slider

Alguns prêmios.

”Us mano da periferia tirando uma nas casa dos adversário meu! Tá ligado?”

Aguardem. Não vamos parar por aqui.

Quer ver mais fotos do evento? clique aqui